9 de dezembro de 2014

Paris X Berlim

Voltando a Paris depois de 3 anos e, desta vez, já com uma filha que é pequena e que ainda anda no carrinho, fiquei impressionada com algumas coisas que das outras vezes não me chamaram atenção:
1. Paris é MUUUUUUITO cara. O mesmo biscoito que compro em Berlin por 99 centavos, no mercado de Paris custa 3,99. Alias, um pacote de fralda Pampers pequeno que em Berlin pago 8 euros, lá me custaram exorbitantes DEZENOVE EUROS. Tá bom pra vocês?
2. Paris não é nada acessível: a primeira vez que fui, estava sem filhos então subíamos e descíamos trocentas vezes do metrô sem problemas. Dessa vez, procuramos por um elevador que simplesmente não existia. Na maioria das estações tivemos que carregar o carrinho no muque. Em algumas poucas, tinha escada rolante, o que não é a solução ideal mas aliviava um pouco o esforço. E o carrinho também não passava nas catracas, tínhamos que chamar um funcionário para abrir uma portinha lateral...ou seja, um saco para quem mora lá provavelmente. E um super contraste com a acessível Berlin onde exceção são os lugares que não tem elevador.
3. Paris tem MUITO moradores de rua e pessoas te abordando o tempo todo, querendo te vender alguma coisa, pedindo dinheiro. Em Berlim você não vê isso...
4. Paris é suja e as ruas são irregulares. Tem muito cheiro de xixi, cocô de cachorro, sujeira... lembra bem o centro do Rio de Janeiro. Novamente, Berlim dá de mil.
5. Poucos parquinhos infantis. Andamos um bocado e cruzamos com só 2 parquinhos. Aqui em Berlim, tem uns 2 a cada esquina.
Quem não tem escorrega, brinca na pirâmide do Louvre! :-P

As conclusões finais da experiência foram as seguintes:

- Apesar disso tudo, Paris é linda. Mas talvez valha a pena ir sem o bebê.
- Caso leve o bebê, prepare os músculos e a paciência pois será cansativo.
- Berlim é uma cidade muito mais amigável para as crianças e deficientes.
- Escolhemos a cidade certa para viver.

15 de novembro de 2014

Kinder Cafés: O Paraíso dos Pais

Kinder Cafés: uma coisa que eu pensava ser uma boa e inédita idéia e que ao chegar na Alemanha descobri que já existem. E que são MUITOS. Mesmo. Em cada esquina.
Kinder Cafés são lanchonetes voltadas para crianças e para os pais. Existem vários tipos, desde as que tem enormes áreas externas com caixas de areia, triciclos e Bobby Cars até as menores e fechadas com piscinas de bolinhas e brinquedos como os que vemos em salões de festas infantis do Brasil.
Piscina olímpica de bolinhas? GOSTEI, mãe!
O grande pulo do gato é que eles são feitos pensando no pequenos e na sanidade dos pais, então geralmente são lugares onde você não entra de sapato e que tem piso emborrachado para que os "engatinhantes" também possam se soltar.
Na maioria deles você não paga nada "a mais", só o que consumir. Alguns compram uma taxa por criança que varia de 1 a 2 euros. Uma pechincha, na minha opinião, para conseguir tomar um café em paz.
Eu visitei vários deles e vou listar aqui os que fui e o que achei de cada um. Só que para não ficar um post longo e chato, vou falar de um por vez. O primeiro que falarei é o que mais gosto, claro!












Com seu balãozinho na saída









1. Cafe Ballon
Eu sei, parece que o nome está errado. Mas é assim mesmo, juro! Esse é o meu preferido. Ele parece bem pequenino de fora, mas tem um espaço interno grande e bem distribuído. O primeiro salão tem algumas mesas e o balcão de atendimento. Ao lado, tem uma ante-sala que serve para guardar casacos e tirar os sapatos. Existe uma sala para as crianças menores que tem uma enorme piscina de bolinhas, brinquedos de montar, cavalinhos... e, claro, mesas para os pais sentarem e tomar seus cafés. E tem uma sala para as crianças maiores com um daqueles brinquedos enormes com escorregador, piscina de bolas, escalada e também mesas para os pais.
Aqui, paga-se 1,50 por criança, mas na saída ganha-se um balão de hélio.
Eu adoro porque tem muitas atrações diferentes para a criança e porque é bem seguro. A porta fica travada e não dá para a criança sair correndo de dentro, por exemplo.
A comida, confesso a vocês, que não é o mais importante nesses lugares. O importante é conseguir sentar, tomar café e se sentir adulto de novo. rs Mas a comida é ok. O café também é bom.
Eles tem um esquema de brunch aos domingos (eu ainda não fui), mas tem que ser reservado com antecedência.
Importantíssimo para quem, como eu, não domina a língua local: as atendentes tem um bom inglês.

27 de outubro de 2014

Quem sou eu?

Para os que não me conhecem ainda:
Sou brasileira, carioca, médica e mãe de uma menina linda (sou suspeita, mas ela é mesmo liiiiinda!). Mudei-me para Berlim com minha família em 2014. Estamos ainda nos adaptando e conhecendo tudo por aqui e esse blog será o lugar que usarei para contar um pouco do dia-a-dia de quem mora aqui com filhos. Claro que também pretendo dar dicas para eventuais turistas interessados em programas para se fazer com os pequenos em Berlim.
E vamos lá!

29 de setembro de 2014

Viajando para o exterior com crianças em 9 passos

Não se preocupe, mãe. Vai de avião que eu vou
de carro e te encontro lá!
O primeiro desafio da mudança para o exterior foi a viagem. Quando vim, meu marido já estava aqui e eu tive que pegar um voo de 19 horas (sendo 12h até Frankfurt, 5h de espera e o restante da conexão até Berlim) sozinha com uma criança de 1 ano e 3 meses que já andava e não parava quieta.
O que eu posso dizer a vocês sobre isso?

1. Viajar com bebê de colo é infinitamente mais fácil
Sei que se você tem um bebezinho de colo que ainda mama você não acreditará em mim. Mas é a mais absoluta verdade. Cansei de viajar com a Carolina quando ela era bebezinha (tudo bem que eram voos curtos), mas o que mais cansava era o meu braço. Bebê pequeno você dá o peito (ou mamadeira/chupeta) quando o voo está decolando por causa da pressão no ouvido e acabou. Dê preferência para voar em horários em que ele já está com soninho e se você tiver sorte, ele dormirá com os anjos a viagem toda. Se estiver sozinha, leve seu sling ou ergobaby para facilitar as coisas e não cansar o braço e seja feliz!
Mas se você, como eu, já não tem um bebezinho de colo...o buraco é mais embaixo. Carolina corria pelo aeroporto, pela sala de embarque, pelo corredor do avião...e essa idade dela é particularmente complicada porque eles ainda não desenham e nem param muito com joguinhos. Eu até levei o DVD, mas tem hora que se o seu filho é como a minha, ela simplesmente enjoa de tudo e não tem santo que faça acalmar. Minha dica? Se puder, adie a viagem. :-P

2. Não pode adiar a viagem? Tente viajar de executiva.
O que me salvou, foi ter conseguido ir de classe executiva. Como o espaço dos assentos é maior, mesmo ela não cabendo mais no berço do avião, ficamos bem acomodadas em uma poltrona. A poltrona da Lufthansa reclinava quase 180 graus, fazia massagem...uma delicia. E na espera da conexão, pudemos ficar na sala vip, o que foi um alivio! Lá, consegui fazer a Carolina dormir em um quarto reservado, troquei a fraldinha com calma, pude deixa-la solta andando um pouco e fazê-la comer com mais calma.

3. Se o seu bebê tem até 1 ano, a maioria das empresas oferece o berço.
Em geral, ele não é pago. Mas as regras variam de acordo com a empresa, tanto do peso e altura máxima como da cobrança ou não. Assim que comprar sua passagem, ligue para a cia aérea e se informe e reserve, pois não existem muitos disponíveis por voo. O que posso adiantar a vocês é que o da airfrance era o que suportava menos peso, enquanto os da lufthansa eram maiores.

4. Mesmo que seu bebê já ande, leve um carregador.
O que me salvou na conexão foi o carregador porque o carrinho nem sempre ajuda, tem muitos lugares que não tem elevador e você fica empacado com carrinho AND bebê. Acho muito mais prático despachar o carrinho e usar seu carregador, pois seu bebê não vai andar 100% do tempo e bebezão no colo é lombalgia na certa.

5. Mala de mão coringa
Na mala de mão, leve pelo menos 3 mudas de roupas para o bebe de frio e 3 de calor, leve uma manta (no avião sempre esfria e é melhor ele usar a mantinha que já foi lavadinha por você e que ele está acostumado), chupetas (caso use, leve mais de uma, sempre jogam no chão e se perdem), mamadeiras (já deixe a formula dentro para só ter que adicionar água no avião), fraldas e lenços umedecidos e algum brinquedo que você acha que vá ajudar a distrair.

6. Não esqueça da autorização do pai!
Caso vá viajar para o exterior com o bebê sozinha, tem que estar levando uma carta de autorização do pai, com firma reconhecida, em duas vias. O modelo tem no site da PF. Sem isso, você não embarca.

7. Pasta de documentos
Deixe todos os documentos já em uma pasta e em local acessível, pois na hora de passar na imigração sozinha com mala e bebê, vai ser mais fácil de se virar.

8. Não resolva dar dramin ou qualquer outro medicamento para acalmar no dia da viagem
Esses medicamentos podem dar efeito contrário. Então a não ser que você esteja disposta a se arriscar a ter como companheiro de viagem o demônio da Tasmania, acho melhor não testar no dia de viajar. No máximo, dê um chá de camomila e uma oração. ;-)

9. Tenha bom-humor
Merdas acontecerão, as coisas são imprevisíveis quando se tem filhos. Aceite. Encare com bom-humor e boa viagem!